Luiz Manoel Castro da Cunha
Centro Universitario Cesmac
Resumo
A literatura e a fotografia são detentoras de linguagens distintas, especialidades que ao longo dos tempos se imbricam e se complementam. Por mais que se diga que uma imagem vale mil palavras, ela nunca abarca a totalidade desse universo, assim como a literatura. Ao transpor a obra literária o universo físico das imagens fotográficas, pôde-se observar a existência da complementaridade entre elas. O escritor traduz uma realidade, e a fotógrafa a desvenda com outra linguagem, e estas se combinam. O resultado dessas relações entre linguagens resulta numa produção criativa. Em geral os elementos apresentados nas obras estão muitas vezes indissociáveis e que demonstram essas particularidades, características do signo apontadas por Charles Sanders Pierce em sua famosa tríade. A fotografia e suas ambiguidades transitam entre a realidade e a ficção, no entanto será sempre a nossa visão de mundo que vai interpretá-la. Mesmo assim, ainda parece que a leitura fotográfica carece de uma devida decifração, uma anomalia semelhante a um analfabetismo: nossa visão fotográfica associada ao mundo das palavras. O mundo literário é um alfabeto imagético que possibilita ampliar nossa visão de mundo conjugada ao universo da imagem fotográfica.
Abstract
Literature and photography are holders of distinct languages, specialties that over time intertwine and complement each other. No matter how much it is said that a image is worth a thousand words, it never covers the totality of this universe, like Literature. When the literary work transposed the physical universe of the photographic images, it was possible to observe the existence of the complementarity between them. The writer translates a reality, and the photographer unveils it with another language, and these combine. The result of these relationships between languages results in creative production. In general the elements presented in the works are often inseparable and that demonstrate these peculiarities, characteristics of the sign pointed out by Charles Sanders Pierce in his famous triad. Photography and its ambiguities pass between reality and fiction, but it will always be our view of the world that will interpret it. Even so, it still seems that the photographic reading needs a proper deciphering, an anomaly similar to an illiteracy: our photographic vision associated with the world of words. The literary world is an imagery alphabet that makes it possible to enlarge our world view in conjunction with the universe of the photographic image.
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