Denise Castilhos de Araujo e Antônio Fausto Neto
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS

 

Resumo

Esta comunicação pretende descrever como mulheres utilizam páginas do Facebook para discutirem o envelhecimento. Para tanto, analisaremos páginas do Facebook, nas quais mulheres, através de diferentes coletivos, ou mesmo de iniciativas individuais, desenvolvem várias estratégias discursivas, enunciando a relação que tem com a problemática envelhecimento e suas consequências nas manifestações de vínculo social e de suas próprias subjetividades. Essas páginas não são as únicas, mas destacam-se como espaços de comunicação, que emergem no contexto da mídia, e são instâncias nas quais as mulheres escrevem sobre si, e põem em circulação mensagens na tentativa de compartilhar esse estágio de vida, valendo-se de um protocolo comunicacional imperativo, ou seja, levando em conta as gramáticas impostas pelo próprio Facebook. Nossa análise consiste em um corpus de 21 páginas, criadas por indivíduos com mais de 60 anos nos últimos 5 anos, de natureza institucional ou não, e que trazem em seus títulos indicadores de suas propostas e presumíveis efeitos de sentido. Nessas condições, analisaremos textos que são enunciados pelas próprias mulheres: cartas, comentários, “posts”, diálogos, os quais desenvolvem-se em torno de diversas sub temáticas a questão do envelhecer, em páginas (nacionais) do Facebook. Chamamos a atenção para as diversas iniciativas como compartilhamento de relatos emocionais, opiniões, aconselhamentos, venda de produtos nesses espaços. Nossa problemática se situa no âmbito mundial, pois dados estatísticos de agências de saúde cogitam para 2050 que o número de idosos atingirá 1.900 milhão no mundo. Por fim, valemo-nos de uma literatura especializada em 2 aspectos: inicialmente a discussão dos conceitos de midiatização e circulação, uma vez que as manifestações das mulheres se dão em mídias no universo da midiatização. E, outra literatura, mais abrangente, buscando nas ciências das saúdes e humanas questões relacionadas à memória, aos efeitos físicos e sociais do envelhecimento. Este estudo discute como operações e lógicas midiáticas atravessam o modo de funcionamento de páginas de Facebook, que tematizam o envelhecer, e como são ofertados conhecimentos nesses espaços, reconfigurando o tema abordado.

 

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